Desde pequenos, aprendemos que conforme os anos passam e vamos crescendo, precisamos amadurecer, nos tornar independentes, pessoas responsáveis.
E, realmente, com o passar do tempo, vemos que naturalmente esse desenvolvimento acontece: as situações do dia-dia nos fazem amadurecer, as necessidades a serem supridas fazem com que tenhamos ações novas e nos responsabilizemos pelas conseqüências. É um aprendizado contínuo e, muitas vezes, nem nos damos conta de como somos diferentes do que éramos há algum tempo atrás.
Porém, quando olhamos para os ensinamentos de Jesus, vemos uma mensagem na qual devemos meditar: a importância de mantermos o nosso coração como o de uma criança.
Em Mateus 18.3 , Jesus diz:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.”
Por que será que Jesus nos exorta a sermos como crianças?
Meditando na Palavra e conversando com algumas pessoas, identifiquei três características que podemos notar na maioria das crianças e que devemos manter em nossas vidas para obedecermos ao ensinamento de Deus.
A primeira delas é a pureza. Em geral, as crianças são sempre muito verdadeiras! Falam a verdade, doa a quem doer!
Lembro-me de um caso em que uma criança, não tendo recebido um presente pelo seu aniversário de uma determinada senhora que visitava a sua casa [e diga-se de passagem: a senhora havia prometido o tal presente], questionou-a:
- Quando a senhora vai me dar o presente?
Apesar da situação constrangedora, creio que retrata bem a maneira das crianças de dizer a verdade.
Em contrapartida, nós, à medida que "crescemos" e “amadurecemos”, nos tornamos menos verdadeiros. Começamos a escolher as palavras para dizer as verdades de maneira que as pessoas não se sintam atingidas e perturbadas.
As crianças também costumam ser inocentes. Não são como nós, que nos anos de “amadurecimento”, aprendemos a ver malícia por todos os cantos e sermos maliciosos por onde andamos.
Precisamos voltar a ter um coração puro, como o de uma criança. Escolher uma vida longe da mentira, da malícia, do pecado. Escolher ter um coração separado para Deus, para obedecê-lo.
A segunda característica visível na maioria das crianças é a dependência.
Até certa idade, elas são dependentes dos seus pais para tudo: para comer, para tomar banho, se vestir, para passear...
Com o passar do tempo, o grau de dependência diminui, até que na vida adulta [na maioria dos casos], essa dependência cessa.
E, muitas vezes, esse mesmo “desenvolvimento” [frise-se as aspas] acontece no nosso relacionamento com Deus.
Quando somos “pequenos” na fé, nossa dependência do Senhor é total. Precisamos dEle para orientar os nossos caminhos, da Sua sabedoria para tomarmos decisões, do Seu Espírito para vivermos uma vida agradável a Ele.
Mas, assim que começamos a “crescer”, assumimos as rédeas da nossa vida e assim como fizemos com os nossos pais terrenos, fazemos com o Nosso Pai Celestial: tornamo-nos totalmente independentes.
Acreditamos não precisar mais da Sua orientação, sabedoria e nem do Seu Espírito, somos auto-suficientes. Não damos ouvidos a Sua voz e por vezes, fugimos de ouvir Sua direção, pois sabemos estar seguindo o caminho contrário.
Para agradar a Deus, precisamos nos manter dependentes dEle. Desde as questões mínimas até as maiores, permitir que Ele nos direcione, assim como nossos pais terrenos nos direcionavam quando éramos crianças.
A terceira característica agradável a Deus e que vemos nas crianças é a intimidade.
Muitas pessoas, à medida que "amadurecem", perdem a intimidade com seus pais.
Os pais deixam de ser os confidentes que eram antes; não compartilham mais os sucessos e as perdas como antes; até mesmo o carinho dispensado outrora, já não é mais o mesmo, afinal, você “cresceu”.
Uma das coisas que Deus preza no nosso relacionamento com Ele é a intimidade. Ele quer participar de tudo quanto fazemos, das nossas vitórias e fracassos, das alegrias e tristezas, Ele quer ser o nosso maior confidente.
Não podemos deixar que o nosso amor por Ele se esfrie, não podemos levantar barreiras que impeçam a entrada dEle em certas áreas.
O desejo de Deus é que nos mantenhamos próximos, assim como as crianças, sem nenhum tipo de barreira que trave o nosso relacionamento com Ele.
É verdade que precisamos amadurecer em várias áreas da nossa vida, mas o desejo de Deus é que sejamos capazes de amadurecer apenas o necessário e possamos manter o nosso coração parecido com o de uma criança a tal ponto de fazermos de Jesus, nosso Pai ,o nosso maior herói e o que queremos ser quando “grandes”.
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