Cidadania Espiritual, sim! E cidadania terrena, também!



Diversos grupos ideológicos judeus tentaram armar ciladas para pegar Jesus em algum erro que pudesse incriminá-lo perante os homens ou até mesmo diante de Deus.

Em Mateus 22.15-22, os fariseus se uniram com os herodianos para propor uma pergunta, que tinha objetivo específico: criar em Jesus a imagem de um revolucionário anarquista.

O Messias que os judeus idealizavam era alguém que fosse um libertador terreno do povo de Israel, iniciando uma era renovada para o país.
Portanto, se esse Jesus fosse de fato o Messias, pensavam eles, não poderia assumir uma posição de submissão ao César. E era justamente o que eles queriam! Pois assim, poderiam prendê-lo como alguém que pretendia iniciar uma rebelião.

Depois de bolarem todo esse plano maligno, chegaram até Jesus e fizeram a seguinte pergunta:

“ Dize-nos, pois que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?”
Mateus 22.17

Jesus percebe a malícia contida por trás da pergunta e dá uma sábia resposta.
Ele pede uma moeda ao público que acompanha a sua explicação e pergunta de quem é a imagem contida na moeda. Ao afirmarem que é a face de César, Jesus diz o tão famoso versículo:

“...Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22.21)

Mais do que dar uma resposta sábia aos fariseus e herodianos, Jesus nos ensina uma lição extremamente válida para a atualidade.

Assim como temos uma cidadania espiritual, que está ligada aos céus, temos uma cidadania terrena, conectada com os acontecimentos da nossa nação!

Vivemos tempos de muita discussão a respeito de temas políticos e do tipo de comportamento que o povo deve ter diante das principais questões envolvendo o país.
E boa parte dos cristãos assume uma postura alienada diante de tudo que se passa na sociedade!

Esse pensamento, muitas vezes, surge de um entendimento equivocado da Palavra, que parte do princípio que não somos deste mundo e a partir daí, permite ao cristão assumir uma posição indiferente aos temas da sociedade.

É certo que em João 15.19, Jesus fala que não somos deste mundo. Porém, Ele se refere ao conjunto de valores que norteia a nossa vida e não nos isenta de assumir a responsabilidade de ser participativos quanto aos direitos e deveres que estão associados à nossa jornada na terra.

Pelo contrário, Jesus faz uma afirmação imperativa (Daí a César o que é de César), indicando que devemos estar atentos às demandas da sociedade; em outra oportunidade, Jesus dá o exemplo de participação na realidade de Israel ao pagar os impostos do templo, mesmo sendo Filho do Deus Vivo (Mateus 17.24-27).

No Antigo Testamento, apesar de não haver a construção do conceito de cidadania que temos hoje, homens e mulheres de Deus influenciaram positivamente a sua sociedade, participando ativamente de questões políticas e sociais.

Como exemplos:

José – a partir da interpretação dada por Deus do sonho de Faraó, participou ativamente de um projeto capaz de viabilizar o suprimento de alimentos no período de fome que viria sobre o Egito. Foi tão bem-sucedido que o projeto acabou por suprir as necessidades básicas de outros povos, além dos egípcios;

Ester – utilizando-se de sua posição de influência como rainha, evitou o genocídio da população judia na Pérsia;

Neemias – foi usado por Deus para obter os recursos e a autorização necessárias para a reconstrução de Jerusalém, além de ser o responsável por administrar todas as obras, fato esse que abençoou todo o povo de Israel.

Em cada uma dessas histórias, sabemos da intervenção de Deus ao favorecer, direcionar, abrir caminho e suprir as necessidades para abençoar sociedades através dessas pessoas.

Do mesmo modo, o que se espera de um cristão é a participação ativa nos direitos e deveres da sociedade, nas discussões políticas e na contribuição social, trazendo a perspectiva dos valores de Deus para dentro de um mundo cada vez mais secularizado.

É certo que Deus usará as nossas vidas para abençoar essa sociedade, se estivermos atentos ao seu mover e à nossa cidadania terrena!

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