O Poder da Compaixão


A melhor maneira de promover um arrependimento pode não ser uma pregação exaltando todas as falhas e defeitos das pessoas em questão.

Talvez a melhor maneira para promover arrependimento seja arrepender-se junto!

Foi isso que Esdras fez ao ver o pecado de muitos do seu povo, que se uniram com mulheres estrangeiras. A ordem de Deus era que eles não se misturassem com os outros povos da terra, por conta dos deuses estranhos que as outras nações adoravam, mas muitos dos exilados acabaram por fazer isso, inclusive alguns dos sacerdotes.

Esdras ficou indignado com aquela situação. Mas, ao invés de sair passando um sermão a todo o povo, ele rasgou suas vestes e começou a clamar a Deus por perdão e misericórdia para todos (Esdras 9).

A Palavra diz que:

"Enquanto Esdras estava orando e confessando, chorando prostrado diante do templo de Deus, uma grande multidão de israelitas, homens, mulheres e crianças, reuniram-se em volta dele. Eles também choravam amargamente" (Esdras 10.1).

Aquele povo sentiu o peso de seu pecado a partir da oração de arrependimento de Esdras. Mas perceba: Esdras não havia cometido aquele pecado diretamente! Porém, ele estava chorando e clamando a Deus pela maldade de seu povo, como se fora ele mesmo a cometer tal pecado!

Impactado por essa posição, o povo se arrependeu e tomou a dura decisão de consertar aquele erro. Houve o entendimento da necessidade de mudar de rota e andar de outro modo, por conta da postura piedosa de um homem.

Um homem que pelo seu conhecimento da Palavra e retidão, poderia sair pregando e indicando a todos o erro, mas que teve 'consciência de povo' e entendeu que também precisava se arrepender e clamar ao Senhor.

Talvez estejamos tentando levar pessoas ao arrependimento jogando as falhas em seus rostos.

Porém, Deus quer chamar a nossa atenção para o poder da compaixão.

Reconhecendo quem somos em Cristo Jesus, não deveria haver espaço em nossos corações para outro sentimento!

Mas acabamos por nos comportar como o homem daquela parábola, que mesmo sendo perdoado pelo rei de uma dívida impagável, não conseguiu exercer a mesma misericórdia para com o seu próximo e sofreu dura consequência por causa disso (Veja Mateus 18.23-35).

É importante ressaltar que ser compassivo não é acomodar-se com o pecado, achá-lo normal ou algo do gênero.

A postura compassiva nos leva a reconhecer o pecado, mas não manter uma postura de acusação e segregação do pecador, como se em nossa vida, fôssemos seres santos por nós mesmos.

Pelo contrário, o compassivo olha para o pecador e reconhece no outro a si mesmo, carente do perdão de Deus e necessitado da ação do Espírito para viver uma vida santificada.

Permitamos ao Senhor exercer compaixão através de nós e seremos surpreendidos com os resultados que o Espírito produzirá!

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