O que fazer quando a vaca está indo para o brejo?


O que fazer quando temos a sensação de estar em um cenário onde o ditado  "o último a sair deve apagar a luz!" cabe muito bem?

Jeremias e o povo de Israel viviam essa situação dentro dos muros de Jerusalém.

Cercados pelo Império Babilônico, estavam destinados a um duro confronto, no qual as chances de resistência eram mínimas.

Nesse contexto,  Jeremias é interpelado por um de seus familiares para assumir o direito de herança a uma terra pertencente à sua família, em Benjamim.  Para isso, ele precisaria dispender um alto valor financeiro (Jeremias 32.8-9).

Em uma terra onde as leis vigentes estavam prestes a ser revogadas, essa compra não faria nenhum sentido, pois quando a Babilônia conquistasse a terra, todos os direitos estabelecidos perderiam o valor.

Diante desse cenário, o que você faria?

"Quando a vaca está indo para o brejo" ou quando ouvimos o recado "O último a sair, apague a luz!", conforme os ditados populares, como agimos?

O mais comum nesses cenários é agir como os outros israelitas que, após um breve período de bondade, onde libertaram seus irmãos hebreus sob jugo de escravidão, recrudesceram nessa prática e novamente oprimiram seus irmãos (veja Jeremias 34.8-11).

Afinal de contas, quando as coisas estão indo para o buraco, os outros ditados deixam claro o que em geral as pessoas fazem: "a farinha para o meu pirão primeiro", "salve-se quem puder".

Mas voltando a Jeremias e a furada "oportunidade" de compra de um terreno: a sua reação, direcionada por Deus, de decidir fazer a compra do terreno, mesmo sabendo que em pouco tempo aquilo não significaria nada, nos dá um testemunho de quem ele é e uma profecia a respeito da sua esperança.

Os tempos difíceis é que revelam o compromisso com os valores da nossa fé e indicam o quanto realmente cremos na nossa esperança!

Para o cristão, enquanto cada um clama pelo que é seu, nós clamamos pelo "Pão Nosso";
Enquanto todos retém para si, somos chamados a dividir;
Enquanto todos economizam forças,  nós somos desafiados a andar uma milha a mais!
E isso não é fruto da nossa bondade:  é testemunho da esperança introjetada dentro de nós, pelo relacionamento com o Deus vivo!

Assim como a compra do terreno por parte de Jeremias anunciava um futuro retorno do povo à Jerusalém, um momento onde a compra, a venda e a alegria ressurgiria, a nossa ação perante os dilemas da vida testemunha que não há nada nesse mundo que roube a paz e a alegria que Jesus comprou para os nossos corações (veja Jeremias 32.14-15)

Para o cristão, não existe cenário pessimista que seja final, nem mesmo a morte! Cristo venceu o mundo, nos livrou de tudo isso, deu-nos vida eterna e uma certeza inabalável de vitória sobre toda a realidade terrena!

Por isso, andemos como Jeremias: mesmo em cenários difíceis, onde todos os ditados populares de ruína poderiam ser lembrados, continuemos testemunhando ousadamente da nossa fé e sendo profetas de uma esperança eterna!

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